segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Cactos ou Eufórbias?


Isso é um cacto, uma suculenta ou uma Eufórbia?

Calma!

Vamos começar esse texto lembrando aquilo que vocês já ouviram várias vezes: que todo cacto (e eufórbia) é uma suculenta mas nem toda suculenta é um cacto (ou eufórbia). Então, como é isso?

Bom, suculentas são espécies de plantas capazes de armazenar água em seus troncos, raizes ou folhas, característica que as protege em climas áridos, ou seja, ambientes que  têm pouca água disponível. Então, por esse motivo, os cactos são incluídos nessa categoria de plantas.

Bom, e essas eufórbias? 

Euphorbiaceae e Cactaceae são famílias botânicas e muitas plantas dessas famílias parecem até gêmeas! (Rs) Mas então, vamos às diferenças, de uma forma bem simplificada, claro.

-     A primeira delas é que os espinhos dos cactos nascem de aréolas já os das eufórbias  nascem diretamente do caule. 

Melocactus sp.

 
Euphorbia grandialata

-    As flores dos cactos possuem muito mais pétalas e tem coloração vistosa, independente de seu tamanho, já as das eufórbias são bem mais simplificadas.


 Mammillaria gracilis



Euphorbia obesa


-     E por ultimo, as eufórbias, diferentemente do cactos, liberam uma seiva leitosa quando danificada – e que, por sinal, é tóxica. Os cactos liberam  um líquido aquoso.

Essas são apenas curiosidades e se Taxonomia não é o seu forte, o que importa é que tanto os cactos quanto as eufórbias que parecem ser cactos são suculentas (como explicamos no começo do texto) incríveis e possuem cuidados parecidos, e gostam de bastante claridade e pouca água!

Abraços espetados e floridos,

Natália e Andre

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Cuidados básicos com o seu Olá, Cactos!

Olá, Cactos!

Aqueles que estão conosco desde o começo e compraram nossos primeiros terrários devem ter recebido um pequeno manual de como cuidar do seu chamego. Com o tempo e a experiência, achamos que o manual era mais um inconveniente do que uma ajuda e que seria facilmente perdido gerando dúvidas quanto aos cuidados básicos das nossas plantinhas queridas. Com a adoção do nosso QR-code, que traz diretamente para o nosso blog , achamos melhor passar nosso pequeno manual diretamente para o site, de modo que sempre que vocês quiserem é só vir aqui pegar uma cola. Então, vamos ao que interessa:

Você acaba de adquirir um chamego em forma de suculenta da Olá, cactos! Esperamos que seja uma parceria duradoura e, pra ter certeza de que será, anotamos alguns cuidados para você.
           
A capacidade de armazenar água e a grande resistência faz com que essas plantinhas precisem de pouca manutenção, então ao menos garanta:
•             Água na terra, em média, de 2 a 3 vezes por semana, evite água direto sobre as plantas. Você pode utilizar uma seringa para facilitar, poucos ml são o suficiente para o tamanho de seu presente, só molhe novamente quando você tiver certeza de que o substrato está seco, mas também não deixe ele secar muito. 
•                   Deixe seu terrário em algum lugar bem iluminado. As plantas que não 'tomam' a quantidade necessária de luz ficam estioladas, com aparência descaracterizada e com cor pálida.
•             Adube a terra de dois em dois meses para sua plantinha ficar feliz e bonitona (existem adubos líquidos que você pode usar na mistura da água que vai regar seus cactos, fica a dica).

DICA: a frequência das regas e a quantidade de água oferecida para cada arranjo depende dos três itens acima e de vários outros fatores, como o material do seu Olá, Cactos, o tamanho do arranjo, quais plantas o compõem, se ele está em um ambiente externo ou interno, quantas horas e qual a intensidade de insolação, se fica no ar-condicionado, entre outros, portanto, o ideal é a gente enxergar o que a planta quer nos dizer. Pode ser difícil no começo, mas nós estaremos sempre aqui para ajudar vocês, então, em caso de qualquer dúvida, mandem uma mensagem com a foto das plantinhas que a gente tenta ajudar da melhor forma! :D


De resto, agora é só contemplar! Observe o desenvolvimento de seu "serumaninho" e mais uma vez, nos procure se ‘bater’ alguma dúvida. Inté!

Abraços floridos e espetados,

Andre e Natália

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Cerâmicas arqueológicas da Amazônia

Olá Cactos!

No post anterior falamos brevemente das cerâmicas de Icoaraci. Mas de onde vieram essas ideias e conceitos utilizados pelos ceramistas de Icoaraci? Onde viviam essas etnias? Quem fazia essas cerâmicas, onde, como? Muitas dessas perguntas são frequentemente dirigidas a nós pelos seguidores da olá, Cactos! e antes de seguirmos na nossa série de posts sobre Icoaraci, vamos mostrar pra vocês uma das nossas fontes.

Até recentemente muitas respostas às perguntas acima estavam restritas aos artigos científicos. Porém, entre 03 e 07 de novembro de 2014 o Museu Paraense Emílio Goeldi realizou a Oficina Internacional “Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese” organizado pelas pesquisadoras pesquisadoras Helena Lima, Cristiana Barreto e Carla Betancourt com o objetivo de reconstruir a enorme diversidade de ocupações humanas da região amazônica. A oficina contou com a presença de mais de 40 pesquisadores de diversos países, e para vocês terem uma ideia do volume que foi discutido e o que ela significou, incluímos a programação do evento abaixo:



A partir da Oficina, os resultados foram organizados e publicados no livro homônimo “Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese” de 668 páginas, que foi lançado no dia 30 de maio de 2016 durante a Feira Pan-Amazônica do Livro (foto abaixo). De acordo com a descrição o livro apresenta "um panorama ilustrado das pesquisas arqueológicas sobre cerâmicas da bacia amazônica, desde o Marajó, na foz do Amazonas, até as terras baixas do Equador e Bolívia, passando pelas cerâmicas das Guianas, no norte amazônico, e pelas peças do alto Xingu, ao sul". Nele, estão descritos, até onde sabemos os processos, os significados, a história e tudo mais que a gente quiser saber sobre a cerâmica amazônida e sua história.






Nós já temos os nossos (pra não brigar cada um tem o seu 😛)!
 

Quer saber onde comprar o livro? O livro está disponível na Livraria do nosso querido Museu Paraense Emílio Goeldi que fica no Parque Zoobotânico (Avenida Magalhães Barata, 376. CEP 66040-170 - Belém - Pará – Brasil, Contato: Fone/Fax: (91) 3219-1252 / E-mail: livraria@museu-goeldi.br).

Abraços floridos e espetados,

Andre e Natália

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

As Cerâmicas de Icoaraci – Parte I

Olá, Cactos!

Dando prosseguimento às nossas postagens temáticas, esta é a respeito dos incríveis ceramistas de Icoaraci, artesãos e artistas que recuperam a arte espetacular daqueles que, infelizmente, não podem mais nos contar muito, exceto por seus registros arqueológicos. Suas oficinas são locais de resistência, de sorrisos, do pé de planta que você sempre pode levar, do café passado na hora, do cheiro de terra carregado com muita poesia e histórias. Compartilhar um pouco dessa vivência e divulgar o trabalho maravilhoso feito por eles são missões da Olá, Cactos! e é motivo de orgulho para nós. Escrevemos esta postagem com todo o carinho que sentimos pelo Paracuri. Eperamos que vocês gostem!

Icoaraci, conhecida também como Vila Sorriso, é um dos distritos que compõem a região metropolitana da capital paraense. Localizada a aproximadamente 20km do centro de Belém, destacou-se como importante pólo da cerâmica da Amazônia. O Paracuri, bairro central do distrito, concentra a maior parte das oficinas dos ceramistasAo longo dos arredores da travessa Soledade encontramos as principais oficinas de cerâmica que fazem dali um polo de artesanato. Aqueles são lugares encantados onde são produzidos os mais diversos utensílios de barro, que inclusive é proveniente das reservas de argila do próprio distrito e redondezas. Atualmente, o estilo decorativo predominante nas peças é resultante da fusão cultural de várias etnias indígenas e elementos contemporâneos em alguns casos. O artesanato produzido pelos ceramistas geralmente representa releituras inspiradas em peças arqueológicas, com as tradições marajoara, tapajônica e maracá suas principais influências

Selecionamos alguns vídeos que já circulam na internet pra você conhecer um pouco mais desses artistas de resistência de nossa terra. O primeiro é um documentário contando um pouco sobre a história do Mestre Raimundo Cardoso, figura importantíssima desse cenário. No Paracuri existe uma Escola Municipal chamada "Liceu Escola de Artes e Ofícios Mestre Raimundo Cardoso", tamanha a importância dele pro bairro. Além de ser uma escola formal, o Liceu possui oficinas diárias de cerâmica pra comunidade, pensada na continuidade da arte ceramista, onde a Natália teve o prazer de lecionar Artes. O segundo video é sobre esta escola maravilhosa.





Por fim, o video abaixo é sobre o seu Anísio, um simpaticíssimo senhor possuidor de uma grande riqueza cultural. O atelier dele é um ponto de parada obrigatório pra quem quer conhecer um pouco mais sobre a cerâmica amazônica tradicional, a qual ele, com maestria, reproduz nos dias de hoje.



Na internet você encontra muita coisa boa falando sobre esses artistas, mas como trabalhamos em parceria com alguns, nos comprometemos a escrever especificamente sobre eles, mas fica para um próximo post.

Abraços floridos e espetados,

Natália e Andre


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Olá Cactos e as cerâmicas Asurinis

Olá, Cactos!!


Nós da Olá, Cactos! temos como princípios norteadores o resgate e a valorização da produção de bens culturais genuinamente amazônicos feitos pelos povos indígenas que habitaram esse grande bioma e de etnias que, com muita luta, ainda habitam nele. Por isso, cumprindo com um dos principais objetivos desse Blog estamos inaugurando as publicações temáticas onde fazemos questão que você conheça um pouco sobre os utensílios de cerâmica que usamos como base dos nossos terrários. Hoje, trazemos para vocês um pouco da história dos belíssimos vasos confeccionados pelos Asurini do Xingu, uma tribo de aproximadamente 150 pessoas com suas terras localizadas à margem direita do Rio Xingu em Senador José Porfírio, próximo de Altamira (PA).



Os vasilhames são confeccionados a partir da técnica do acordelado, ou seja, da sobreposição de roletes que posteriormente são moldados e queimados em fogueiras. A pintura é realizada com matéria-prima vegetal, podendo ser de três cores: amarelo (itawá), vermelho (itawapiringi) e preto (itawaondi). Esfrega-se essas pedrinhas em uma outra maior com um pouco de água, obtendo-se então a tinta. O amarelo é usado como fundo, pintando-se com essa cor toda a superfície externa da peça. O preto e o vermelho são usados na elaboração de desenhos geométricos. Além disso, após a pintura, as peças são "envernizadas” com resina da árvore jatobá, chamada dzotaika, sobre a superfície externa da peça, dando-lhe brilho e fixando a tinta.


Os sistemas gráficos pintados são desenhos geométricos estilizados que podem ser divididos em três categorias: 1–  Domínio da Natureza ou Grupo Ecológico e representam elementos da natureza, como feijão grande (kumandaoho), rabo de macaco (kaiwarinhyna), favo de mel (ehiraimbawa) entre outros; 2 – Domínio do Sobrenatural ou Grupo Cosmológico que representam a figura humana como o boneco antropomórfico (tayngava), a figura de dentro do espinho (tayngajupupe),  (tayngajuwa'awa), entre outros; 3 – Domínio da Cultura Material como a pintura de perna (tamakyjuaka), a pintura de verdade (juaketé) e a pintura especial de panela (já'eakynga).



Você já tem algum vaso asurini e não sabe qual é o grafismo aplicado nele? Escreva pra nós com a foto do seu caso e a gente dá essa mãozinha!



Assista aos vídeos abaixo para conhecer um pouco mais sobre:


- Vídeo da exposição “Ritual da Imagem: Arte Asurini do Xingu” - Arte cerâmica, grafismo, pintura corporal e ritual, com peças do acervo do Museu do Índio. 


- Animação desenvolvida por Ricardo Artur Pereira de Carvalho como projeto de conclusão do curso de Desenho Industrial/ Comunicação Visual, pela PUC-Rio.


Referências:

Ampueiro, R. A. 2012. O Grafismo Corpoal dos Asurini do Xingu. Preservação Cultural de um Povo Indígena. Editoral Alves, Belém. 109pp.

http://www.funai.gov.br/
https://pib.socioambiental.org/pt/povo/asurini-do-xingu/1282
http://www.museudoindio.gov.br/divulgacao/noticias/615-exposicao-de-venda-de-ceramica-asurini-faz-sucesso-em-bh

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Novidades da Olá Cactos!

Olá, cactos!

A partir de agora vocês podem encontrar os seus "serumaninhos" prediletos em três postos de venda em Belém! Além de acompanhar nossas principais novidades no Facebook e Instagram, agora a Olá, Cactos! fez parcerias com o Empório Amazônico, o De Bubuia e o Solar Colaborativo. A ideia é expor parte das nossas peças. Cada ponto de venda tem a sua peculiaridade: o Empório Amazônico tem um restaurante self-service com uma broca muito firme e decoração de temas amazônicos toda vendável, o De Bubuia é um lugar cheinho de arte local que ainda tem uma cervejinha gelada e as peças também todas à venda, e, por fim, o Solar Colaborativo um espaço de co-working e economia criativa cheio de marcas autorais! Recomendação? Visitem os três (endereços e fotos dos locais abaixo) e decidam qual a melhor opção pra vocês!




Endereços:

- De Bubuia – Rua Rodrigues dos Santos, 210;

- Empório Amazônico – Travessa Alferes Costa, 2695;

- Solar Colaborativo – Av. Assis de Vasconcelos, 488C.

domingo, 6 de novembro de 2016

Quem somos? A que nos propomos?

Olá, cactos!

A Olá, cactos!  realiza composições utilizando plantas, geralmente cactos, vasos e/ou objetos que não foram necessariamente planejados com essa finalidade, mas que ficam lindos com plantinhas que chamamos carinhosamente de “serumaninhos”, em uma parceria entre as artes visuais, a botânica e a paixão por plantas.

Não temos um estilo especifico, porque acreditamos que muitas composições têm a cara e alma das plantas e dos recipientes. Em grande maioria nossas produções incluem originais e reproduções da arte de etnias que residiram ou ainda residem na Amazônia. Assim, a Olá, cactos! pretende, como ponto de partida, espalhar “verdinhos culturais", “verdinhos divertidos” e “verdinhos poéticos” por lares a fora!

Este Blog inaugura a próxima fase da Olá, Cactos! onde traremos para vocês periodicamente, posts informativos sobre nossas composições, a origem dos nossos vasos pouco usuais, o processo de fabricação de alguns deles, dicas dos cuidados de cada tipo de nossos terrários, algumas informações gerais e sobre manutenção de cactos e suculentas. #olacactos #loucosporcactos #serieamazonica #cactuslover #cactusaddict #succulents #cacti #cactaceae #Belem #Pará #Amazonia #asurinis #asurinidoxingu #icoaraci #marajoara #tapajônico